domingo, 8 de agosto de 2010

Atalaia Nova


Atalaia Nova, upload feito originalmente por ver sergipe.

Autor: José Silveira Pereira
Século: XX
Técnica: óleo sobre tela
Biografia do autor: José Silveira Pereira nasceu em Propriá/SE, no então povoado e hoje denominado município de Telha, dia 01 de junho de 1962 numa família onde, até então, não havia artistas. Desde a infância, desenha para melhora se expressar. "Sentia necessidades de exteriorizar certas coisas que não sabia dizer com palavras, nem escrevendo, nem cantando, mas com desenho eu consegui êxito... e as pessoas diziam que eu tinha talento".
Quando chegou à Aracaju, ganhou a amizade e o incentivo de Anselmo Rodrigues e do pintor José Fernandes. Destaca a importância de João de Barros no reconhecimento inicial do seu talento. O apoio técnico veio com o professor Eurico Luiz. "Eu não tinha uma concepção de Arte, foi Eurico Luiz quem me deu todo o embasamento. Mas só fui criar uma consciência da linguagem artística conversando com Alfredinho." José Alfredo do Amaral é um livre pensador que, segundo Silveira, foi o elemento transformador do seu processo de vida, de sua consciência artística. E não só com conversas Alfredinho "fez a sua cabeça", mas especialmente com o rock. "A essência do rock me ensinou mais que todos os professores de pintura". E aqui Silveira destaca J. Inácio: "como imagem, J. Inácio é para mim o pai das cores. Alfredinho é o pai da filosofia da arte".
Se não fosse pintor, Silveira seria um rocker. Quando está trabalhando, todo o tempo ouve rock, sendo seu preferidos Pink Floyd - "ele botou uma linguagem tão pra frente no tempo que, para mim, ainda hoje é o máximo em termos de rock, de idéias e projeto de vida". Também Allan Parker - "que acredita num mundo melhor, na transformação da sociedade... eu acho que todo mundo que trabalha com o rock acredita na transposição dos arquétipos, na transformação da linguagem, do homem, do mundo ... Led Zepplin, U2, Rolling Stonnes..." Entre os nacionais, Silveira curte Bikine Cavadão, Ultraje a Rigor, Camisa de Vênus e, em especial, Raul Seixas que é o pai do rock brasileiro" e Geraldo Vandré "que mesmo não sendo roqueiro me impulsionou transformações sociais com a sua música". Em Aracaju, Silveira destaca Minho San Liver que contribuiu com seu som "na época em que eu estava obscuro..." E conclui: A matéria envelhece, mas a música não".
Na sua pintura de cores intensas, o que mais se destaca é a pincelada, demonstrando um caráter firme, duro, radical. Um artista de temperamento forte, um espírito apaixonado, um ser em reboliço, tudo isso está escrito nas telas de Silveira. Nas paisagens, o que importa é o céu, que ocupa maior parte do campo visual. Carregado de nuvens, o céu de Silveira é sua marca registrada. "Eu não sei fazer um sem nuvens". E conta que, quando criança, deitava embaixo dos cajueiros e ficava horas a fio vendo figuras nas nuvens. Preferia ler as nuvens que ficar com os outros meninos, afirmando assim um comportamento esquivo, as emoções reservadas, pois não gosta de brigar mas facilmente se irrita e chega a ser agressivo.
Mas é um ser movido por amor, tanto assim que faz questão de preparar seus próprios alimentos . "A alimentação é a base da essência, dos fluídos energéticos, da qualidade de pensamento... se uma pessoa faz a comida com pessimismos, ódios, depressões, todos esses fluídos se impregnam e você absorve junto com a comida. Por isso eu faço a minha comida com amor."
Autodidata apesar dos cursos, não reconhece nenhuma influência em sua pintura, pois só pinta o que sente. "A paisagem está lá, mas quando eu pinto, é o que sai de mim que vai para a tela", então não pode haver nada igual.
A primeira exposição individual foi na Galeria Álvaro Santos (Aracaju) em 1980, gestão de João de Barros, com o tema "Praias de Sergipe". Sucesso de crítica e de vendas. Daí para o título de "Rei do Nordeste" ganho em Campinas/Sp em 1986 numa coletiva da Casa de Arte Brasileira, foram horas de trabalho e muito rock. O céu, com suas cores gritantes, deu a Silveira o título de Mais Luminoso Pintor pela crítica paulistana presente nesse evento promovido pela prefeitura de Campinas em intercâmbio com a Prefeitura de Aracaju. Silveira foi representando Sergipe, e muito bem, vendeu todos os trabalhos que levou, sendo que 17 telas foram para um só comprador -"um francês que levou tudo sem perguntar o preço". Silveira diz que nos três meses que passou em Campinas aprendeu mais que em 10 anos em Aracaju. "Estar com o curriculum sempre em dia, não olhar para o partido político de ninguém, saber atender o cliente, saber armazenar o trabalho, fazer sempre o melhor, não interferir no trabalho profissional dos outros, comportar-se em sociedade conforme os ambientes, usar roupas apropriadas para cada ocasião e lugar..."são exemplos da aprendizagem do jovem sergipano em São Paulo.
Pintando desde 1979, silveira completou seus 20 anos de trabalho artístico sem muitos prêmios, apenas algumas medalhas. "Eu não entro em concursos" e só ganha prêmios quem participa. "Respiro pintura 24 horas por dia" mas não sobrevive só da arte, é funcionário público trabalhando como desenhista do Instituto de Criminalista da SSP.
Descrição: A obra retrata a Atalaia Nova "primitiva", definindo-a de forma íntima e histórica. Detalhes são primordialmente destacados e uma singular tonacidade. Traços ricos e cores vibrantes enriquecem o talento do autor.
Alunos: Adriano e Michelayne ( 2° ano "A" )

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